Cachaça mineira na alta gastronomia
Ela está quase sempre envolvida por mitos, como “é forte demais”, “queima a garganta”, “é bebida de homem”. Mas, verdade seja dita, quem nunca experimentou a “branquinha” não sabe o que está perdendo! Único destilado genuinamente brasileiro, a cachaça é uma bebida injustiçada. Afinal, confirmam especialistas (ou cachacier): é versátil, combina com tudo e pode ser apreciada por todos.
Mito ou verdade?
Cachaça boa é a amarelinha.
Mito. O fato de ser amarelada ou não indica apenas se foi ou não envelhecida na madeira. Quanto ao sabor ser agradável ao paladar, depende muito mais do gosto pessoal do que de outros fatores.
Cachaça artesanal é melhor do que a industrial.
Em termos. Qualquer cachaça disponível no mercado com registro e controle do Ministério da Agricultura tem qualidade química controlada e adequada às normas. Qualidade esta que não significa que a bebida possui sabor e aroma agradáveis e complexos. A cachaça industrial é mais neutra e apresenta forte sensação alcoólica. Já as de alambique têm aromas e sabores mais complexos, tendo o álcool como coadjuvante.
Se é cara é boa.
Mito. Preço não é sinônimo de qualidade. Existem várias cachaças acessíveis e de ótima qualidade. O valor no mercado deve ser resultado da oferta, do trabalho e do tempo empenhado na fabricação do produto.
A cachaça foi criada pelos escravos.
Mito. O destilado já era conhecido na Europa, nos Açores e Ilha da Maneira, onde se plantava cana-de-açúcar. Já o processo de destilação data da Idade Média e a cultura da cana, de mais de 3 mil anos antes de Cristo. A questão é que a cachaça está presente no Brasil desde o descobrimento da nação.
Forma original
Minas é o maior produtor nacional de cachaça artesanal ou de alambique (maneira original de se produzir a bebida). Por este processo, 20% do produto é perdido para manter a qualidade e o sabor da bebida. Segundo o Centro Brasileiro de Referência da Cachaça (CBRC), são produzidos cerca de 1,4 bilhão de litros, por ano, no Brasil, dos quais apenas 30% são de cachaça de alambique.
Cadeia produtiva
Conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Minas Gerais conta com 529 produtores e 1.020 marcas de cachaça registradas. A cadeia produtiva da bebida responde por 86 mil empregos no Estado. As exportações cresceram 11% em 2016, na comparação com 2015. Com a produção em torno de 5 milhões de litros/safra e, devido à qualidade da bebida, Salinas constituiu-se como principal referência na produção artesanal do país, ficando conhecida com a capital mundial da bebida.
Circuito da Cachaça
Constituído inicialmente por cinco cidades mineiras – Fruta de Leite, Indaiabira, Rubelita, Salinas e Taiobeiras –, o Circuito Turístico da Cachaça funciona ainda como uma ferramenta de regionalização das políticas públicas do turismo voltadas para o desenvolvimento da região. O objetivo é realizar ações para divulgar amplamente o produto mineiro e, consequentemente, os municípios produtores, além de proporcionar uma demanda aumentada para exportação.
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